Uma das maravilhas da doçaria conventual portuguesa é o Pastel de Tentúgal. Na lista de produtos com Indicação Geográfica Protegida (IGP), este delicado doce é o testemunho vivo da história de Tentúgal e de Montemor-o-Velho. 

As finíssimas e estaladiças folhas de massa e o distinto recheio de ovos fazem uma combinação única que tem de ser apreciada até à última migalha.

Capaz de encantar os paladares mais exigentes de todo o mundo, deixe-se deliciar com um tentador Pastel de Tentúgal!

O som inconfundível da flauta de bambu de Rão Kyao ecoou, na noite de sábado, dia 19 de novembro, na Igreja Matriz de Tentúgal. 

O músico e compositor esteve em Tentúgal a apresentar o seu último trabalho, "Sopro de Vida - Maria". A espiritualidade tomou conta desta noite memorável organizada pelos amigos do Convento e que pretendeu angariar verbas para a recuperação do Convento de Nossa Senhora do Carmo. 

Rão Kiao

Sopro de Vida

Concerto


19 de novembro/

sábado | 21h30 | Igreja Matriz | Tentúgal

Tentúgal

Deve ter sido mandada construir pelo Infante D. Pedro, talvez sobre construção anterior. Foi torre do relógio da Câmara de Tentúgal e actualmente é pertença da Junta de Freguesia. Há autores que afirmam que terá sido a torre de menagem de uma fortificação, o que nos parece pouco provável. Pode é esta ter sido construída no sítio da anterior.

No século XVIII, Luiz Cardoso afirmou que a torre parecia ter servido para observação e que segundo a tradição teria sido edificada pelos mouros. Elogiou ainda a dureza do material utilizado na sua construção, uma vez que apesar das paredes serem delgadas e com uma altura considerável, não apresentava qualquer sinal de deterioração, sustentando dois sinos, um da Câmara e outro do relógio.

Tal como já afirmámos não nos parece muito verosímil esta hipótese. Por outro lado, há quem afirme que a torre fazia parte do castelo ou dos Paços do Concelho. Também segundo a tradição, existem referências a umas estrebarias do Infante D. Pedro, duque de Coimbra, no local onde está o largo (atrás da torre), bem como ter havido ali no século XIX umas casas velhas com uma janela manuelina semelhante à da Quinta do Lapuz. Em 1974, a Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais realizou a reparação dos rebocos, da escada e dos refechamentos interiores, assentamento do pavimento e da porta.

Torre quadrada, estreitando na altura, com porta gótica (arco quebrado com arestas chanfradas em triângulo, para a rua principal. No interior tem outra também gótica, entaipada, que confina com as antigas casas da Câmara à altura do 1º andar. No r/c existem ainda vestígios góticos, duas arcarias antigas e alguns tectos abobadados. Um pouco acima da altura dos telhados, há uma janela gótica na parede sul da torre e uma seteira cruciforme. Nas faces surgem ventanas e um relógio. A construção é coroada por quatro merlões.

Tentúgal

Este convento foi fundado no século XVI, com rendimentos da Confraria de S. Pedro e S. Domingos, legados do Conde de Tentúgal e outros beneméritos, tendo-se as obras prolongado por muito tempo. O seu património foi delapidado com as invasões francesas. Foi extinto em 1834, mas as freiras permaneceram aqui até à morte da última em 1898.

Esta casa monástica tem a sua origem na Confraria de S. Pedro e S. Domingos de Tentúgal. Esta confraria possuía avultada extensão de terras cujos rendimentos eram aplicados na satisfação de obrigações da comunidade (entre elas a celebração de três missas diárias na Ermida com o mesmo nome). O sobejo desses rendimentos eram aplicados em esmolas de géneros e espécies aos mais pobres da vila. Contudo, muitas vezes estas verbas eram aplicadas de forma menos escrupulosa, beneficiando quem não tinha necessidade. Assim, em certa ocasião reuniram-se todos os regedores da Confraria e determinaram, por comum acordo, aplicarem as rendas da Confraria na fundação de um convento de freiras da Ordem de S. Domingos, por ser padroeiro da mesma confraria, com a condição de que se retirasse parte para os pobres, missas e reparação do hospital. Depois deste acordo, pediram ao Papa e a D. Sebastião que deferissem a petição e mandassem passar as suas bulas e provisões, tendo ambos assinado estes documentos.

A data da fundação deste convento é controversa, sendo a mais provável recair no ano de 1565, uma vez que apesar da boa vontade dos irmãos da confraria em fundarem um convento da ordem de S. Domingos, o seu desejo nunca foi realizado. Só mais tarde, algumas pessoas de maior influência de Tentúgal determinaram a fundação de um convento de religiosas do Carmo e por isso solicitaram as bulas papais necessárias. E foi este que foi construído. Os beneméritos lançaram a primeira pedra a 8 de Setembro de 1565, data comemorativa do nascimento de Nossa Senhora, que ficou sua padroeira.

O convento foi edificado na Ermida de S. Pedro e S. Domingos, sendo provável que o primitivo edifício da igreja do convento fosse mesmo esta ermida. A Confraria cedeu a ermida mediante o pagamento de 150 cruzados para edificar a Misericórdia. O Conde de Tentúgal, D. Francisco de Melo, assumiu os direitos de padroado, apresentando as primeiras 15 freiras que iriam ocupar o convento. Estas proveriam outras 15 para perfazer o número de ocupação total do convento. As primeiras religiosas entraram no convento a 8 de Setembro de 1572 (algumas delas vieram do Convento da Esperança de Beja).

A construção e a manutenção desta casa conventual fez-se a expensas das rendas da Confraria, a legados do instituidor, o Conde de Tentúgal, e aos dotes das religiosas que a iam integrando. Apesar disso, as despesas eram muitas e as religiosas viveram com graves dificuldades. Queixaram-se, então, ao Provincial que solicitou a D. Filipe auxílio para elas, o qual, por alvará de 10 de Outubro de 1596, concedeu grandes benefícios em matéria de mantimentos.

Devido à falta de verbas a construção foi irregular e prolongada. O edifício actual é uma reforma do século XVII, significando a data da porta da igreja (1633) e a de 1632 num friso interior o início daquela reforma e principalmente em relação à igreja. A data de 1693, que se via na cruz do remate da ala lateral, deveria corresponder ao fim das obras da parte conventual.

As religiosas viveram sempre com grandes dificuldades, como é exemplo a situação em que se encontravam em 1816: caíram os muros da cerca, tinham entregue todas as preciosidades de ouro e prata que ornavam a igreja para contribuição de guerra, foram despojadas com os roubos das invasões francesas. Consequentemente, pediram ajuda à Duquesa do Cadaval que as isentou do pagamento de alguns impostos e as beneficiou com algumas rendas.

Em 1834, este convento foi extinto conforme decreto governamental, permitindo-se, no entanto, às religiosas a permanência no convento até à morte da última freira, que ocorreu a 18 de Fevereiro de 1898.

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