Paço dos Condes de Tentúgal / dos Duques do Cadaval

Tentúgal

Situado ao fim da vila, em frente à Vala Real. Inseria-se numa grande quinta com muitas geiras de terra, integrada nos Campos do Mondego. Do lado direito da quinta, existia uma eira (com 100 m de comprimento por 60 m de largura), onde, em tempos idos, se granjeava não só o milho, como se procedia à secagem dos dízimos. Actualmente, este local está ocupado por uma vinha.

Mandado construir, provavelmente, pelo Infante D. Pedro. No século XVIII, já estava abandonado e no seguinte foi incendiado pelos liberais. Foi novamente reedificado, perdendo as características primitivas.

Hoje, está novamente votado ao abandono. É anterior a 1476, o que se confirma pela troca efectuada entre o príncipe D. João e D. Álvaro, a 28 de Julho desse ano, pois nela se faz referência aos "paços, casas e celeiros". É possível que tivesse sido mandado construir por D. Pedro, Duque de Coimbra, para sua residência.

Já se encontrava em ruínas quando se fizeram as Memórias Paroquiais de 1721. Foi incendiado pelos liberais de Coimbra em 1834. Foi, depois, reedificado, tendo adquirido o seu actual aspecto, não respeitando a primitiva traça exterior, cujas cantarias das janelas e portas eram góticas.

A fachada do seu grande celeiro (80 m de comprimento por 25 m de largura), que se destacava ao fundo da eira, mantém, ainda uma porta lateral alpendrada (portal fechado formado por duas colunas sobrepostas por dois colunelos) e uma grande janela do século XVII, encimada pela pedra de armas: uma cruz, carregada com cinco escudetes das quinas de Portugal e acompanhada por quatro cruzes florenciadas; como timbre tinha um cavalo. O interior é formado por três naves, divididas por duas séries de 13 arcos apoiados em colunas dóricas de cantaria, ligadas por arcos de volta perfeita. Dá acesso ao pátio nobre uma rua central ensombrada por buxos arbóreos, que tem, por fundo, o Paço, apenas embelezado por umas janelas lisas em ogiva e as chaminés exteriores, que lhe imprimem curiosos efeitos decorativos.

São ainda visíveis os largos arcos do plano térreo, as arcadas do pátio e a varanda com colunas de mármore branco com capitéis de folhas decoradas com motivos importados da Andaluzia. À esquerda, erguem-se as paredes que restam da capela gótica, de invocação a S. Miguel, cujo pórtico, também em ogiva, é uma cópia fiel do da igreja matriz. A sua altura é fora do comum e as empenas muito inclinadas.

Possui corpo e capela-mor. A porta compõe-se de finas molduras que seguem nos arcos e o traçado do arco equilátero, pequeno óculo superior de molduras.

Possui a nave duas portas travessas, simples e chanfradas e tem duas portas menores no coro alto de madeira. Todas as aberturas são de arco quebrado, quase equilátero com excepção da porta principal e é de arestas chanfradas.

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