Igreja da Misericórdia de Tentúgal

Tentúgal

A Misericórdia deve a sua fundação a D. Filipe I, por Alvará datado de 1583. Por este documento estipulava-se a anexação da Irmandade de S. Pedro e S. Domingos e o hospital que esta administrava à Misericórdia. Foi este mesmo monarca que mandou edificar a igreja. Seguia assim a corrente que desde D. Manuel vinha sendo adoptada.

É curioso notar que Tentúgal foi das poucas vilas, em cuja Câmara, em 1580, se proclamou Rei a D. António Prior do Crato, apesar de D. Filipe I ter mandado construir a Misericórdia e ter concedido grandes privilégios ao Convento. As obras da Igreja começaram pela fachada por volta de 1583, data dos primeiros pagamentos a pedreiros para abrirem os alicerces, bem como carregamentos de pedra de Portunhos e de Ançã. Estas obras prolongaram-se por algum tempo e, ainda em 1587/88, Manuel Fernandes trabalhava na empena do portal (esta foi posteriormente alterada, sofrendo remodelações no século XVIII). Em 1592, foi paga a Francisco Rodrigues a pia de água benta e em 1595 despesas com a construção da sacristia.

O retábulo principal, também da autoria de Tomé Velho, estava concluído em 1600. Em 1687/94 foi construída a tribuna dos mesários, obra de Francisco Rodrigues e em 1722 foi renovada a torre e certamente o alto da frontaria. Em 1914, ocorreram obras na Igreja, ficando profanada e daí a necessidade de a benzer. A licença e Provisão de benção foi concedida a 24 de Março de 1914 assinada pelo conego Rui de Andrade.

O arco existente entre a Igreja e a Casa do Despacho (entaipado) é anterior à extinção dos vínculos (1863) e dava serventia para os edifícios do beco. Os Monumentos Nacionais intervieram na Igreja por diversas vezes: em 1979, reconstruíram a cobertura em pré-esforçado; em 1981, repararam o tecto e fachadas; e em 1986/87, realizaram obras de beneficiação (conclusão do restauro).

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