Lampreia voltou à ribalta na Ereira com festival

Mais de duas centenas e meia de apreciadores de lampreia lotaram a sede da Associação Cultural, Desportiva e Social (ACDS) da Ereira para a 20ª edição do Festival da Lampreia da Ereira. Um número “recorde de participantes” que veio de todos os pontos do país para degustar o “património da Ereira”. O presidente da direção da ACDS da Ereira, Joaquim Coelho, recorda que teve “de dizer não a muita gente” e, por isso, já sonha com o próximo festival: “Para o ano queremos ter melhores condições de modo a acolher mais gente”. O objetivo é fazer o festival junto ao esteiro, de modo a aliar a bela paisagem à gastronomia e à cultura e, prolongá-lo, “eventualmente, durante todo o fim-de-semana”.
 
Presente na “catedral da lampreia”, o vice-presidente da Autarquia Montemorense sublinhou que “é um orgulho para o concelho de Montemor-o-Velho acolher o verdadeiro festival da lampreia”, um evento “cheio de tradição e dirigido a um público-alvo de verdadeiros conhecedores e amantes não apenas da lampreia, mas também do peixe do rio e do arroz carolino do Baixo Mondego produzido na Ereira”. José Veríssimo, que esteve acompanhado pelo presidente da Assembleia Municipal, Fernando Ramos, pelo vereador Aurélio Rocha, pela adjunta do presidente, Diana Andrade, e pelo presidente da Junta de Freguesia da Ereira, Vasco Martins, deixou ainda uma palavra de “envolvimento e reconhecimento pela forma como a ACDS da Ereira está a trabalhar em prol da comunidade e do património da freguesia e do concelho”.
 
A cozinheira de serviço, Clara Silva, voltou a liderar tachos e panelas para preparar um repasto de deixar água na boca. Sem revelar o segredo, garante que "a qualidade da lampreia e do arroz carolino do Baixo Mondego, principalmente o produzido aqui na Ereira, é fundamental para um arroz de lampreia divinal”. Ao serviço desde as 6 da manhã, Clara e Rosália, prepararam cuidadosamente as 114 lampreias pescadas no Mondego, os 28 quilos de arroz carolino usados para o arroz de lampreia e para o arroz doce, os 45 quilos de peixe do rio (barbos, carpas e tainhas) e cozinharam um repasto digno dos deuses.
 
A festa começou, ao final da manhã, junto ao esteiro da Ereira, com a recriação da pesca (e despesca - ato de retirar a lampreia do bitorão sem tirar as redes da água) da lampreia, a prova de peixe do rio frito e a atuação do Grupo Folclórico da Ereira, seguindo-se, depois, o tão aguardado almoço na ACDS da Ereira, sempre bem temperado musicalmente pelo grupo Musical Band. O arroz doce e as barcaças doces, uma inovação apresentada neste festival, fecharam o evento com chave de ouro.
 
No final, todos concordaram com o “fiel amigo do Festival da Lampreia”, sempre presente em todas as edições, o dr. Abrantes, que atesta, peremptório, que “a lampreia se come em muitos sítios, mas em nenhum como na Ereira.”

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