Cruzeiro de Casal de São João

Cruzeiro de Casal de São João

Casal de São João, Gatões

Este Cruzeiro, localizado no Casal de S. João, veio da Borda da Estrada. Datado de 1558, o Cruzeiro é composto por uma base recente com dois degraus, onde assenta um pedestal quadrado e sem molduras, sobre o qual se ergue uma coluna dórica de fuste monocilíndrico, onde se apoia uma cruz de braços, simples e posterior. No fuste gravaram: “HVA AVE M(ARI)A / PECADOR TE PEDE Q/VEM ESTA / (cruz) AQVI FEZ / POR 1558”. Apesar de não se tratar de um monumento de grande esplendor artístico, o Cruzeiro de Gatões é um dos cruzeiros quinhentistas que ainda resta no Concelho de Montemor-o-Velho.

Os cruzeiros, os nichos, os oratórios, as ermidas de devoção, designados geralmente por cruzes, estão espalhados pelos caminhos e têm os seus devotos e cuidadosos servidores. Os cruzeiros, em feição de capela ou simples, são pequenos e modestos monumentos formados por uma cruz de pedra e localizam-se próximo ou longe das povoações, mas sempre nos caminhos e encruzilhadas. Assim, estes símbolos da devoção religiosa são representativos do espírito popular. Todavia, nem sempre esta causa determinou a sua construção, pois muitos serviram para comemorar factos notáveis, de feições variadas e para proteger contra influências maléficas e feitiçarias.

Real Colégio das Ursulinas

Real Colégio das Ursulinas

Pereira

O Real Colégio das Ursulinas ou das "Chagas de Cristo" emergiu em 1748 no seio do Recolhimento das Chagas, fundado por D. Maria Luiza das Chagas, em parceria com sua mãe D. Catarina Barreto. Em 1753, assumiu a função de educar meninas e passa a designar-se Real Colégio, tendo funcionado até 1848, altura em que se transferiu para Coimbra, onde funcionou até à sua extinção em 1910. Das construções iniciais já não resta quase nada, apenas ficaram alguns elementos decorativos que foram reutilizados na casa solarenga que constitui hoje a Quinta de S. Luis. Desta há a realçar a fachada, com o escudo de armas dos Barretos Chichorro Villasboas, janelas com aventais decorado (um tipo raro na região). Atualmente, este espaço foi alvo de reabilitação, através da recuperação para novos usos. Assim, o lagar de azeite foi reabilitado para salão multiusos, mantendo no lugar tradicional o engenho do lagar; a casa da quinta foi igualmente reabilitada, sendo que os espaços da garrafeira, armazéns de cereais e azeite, estrebaria e estábulo foram reaproveitados para um espaço de restauração e bebidas e o primeiro piso, de habitação, manteve o mesmo uso.

Igreja de Nossa Senhora das Virtudes

Igreja de Nossa Senhora das Virtudes

Casal de Nossa Senhora, Gatões

Trata-se de uma construção modesta do século XVI, modificada posteriormente. Os primeiros registos paroquiais datam de 1614-1618 e é seu titular Nossa Senhora das Virtudes.

É um edifício de nave única, com capela-mor, separada por arco cruzeiro, e dois altares colaterais. O retábulo principal é de madeira policromada e tem uma pintura a óleo da padroeira, do século XVIII. Os colaterais, postos em ângulo, são de pedra e são o resultado da adaptação de elementos  da segunda metade do século XVI.

Igreja de Santa Susana

Igreja de Santa Susana

Carapinheira

Iniciou-se a sua construção em 1571. Dado que era um edifício pequeno, em 1720 foi construído um novo corpo e, em 1736, edificou-se uma nova capela-mor. Em 1799, o corpo da igreja foi ampliado e construiu-se a torre, alteada em 1830. Em termos arquitetónicos, esta igreja apresenta linhas simples, com fachada neoclássica. O interior também apresenta características muito sóbrias, sendo de destacar os retábulos do século XVIII.

Capela de São João Batista

Capela de São João Batista

Seixo

O edifício actual é fruto de uma reforma do século XVIII, sendo a torre sineira, de forma bolbosa, sido alteada no século XIX. Tem como titular S. João Baptista. O retábulo principal e os altares colaterais são maneiristas, albergando esculturas que datam do século XVI ao XVIII. Na capela-mor existe um alisar de azulejos, com função decorativa, desenhando rótulos dominados de coroa condal, de fabrico coimbrão. O tecto é repartido em painéis e decorado, está datado de 1778 e tem a indicação do juiz da igreja e dos paroquianos que contribuiram. A torre sineira tem dois sinos: um datado de 1879, do fundidor Joaquim Dias de Campos e o outro fundido por Sorrilha também em 1879.

Igreja de Santa Maria do Mourão

Igreja de Santa Maria do Mourão

Tentúgal

Foi mandada edificar pelo Infante D. Pedro, Duque de Coimbra e senhor donatário da vila, por volta de 1420. Foi sendo alterada ao longo de vários séculos. D. João I, a 11 de Janeiro de 1417, doou Tentúgal a seu filho, D. Pedro, incluindo o padroado da Igreja, ou seja, os dízimos. A Igreja antiga ainda existia como paróquia, mas alguns anos depois, D. Pedro mandou construir uma nova, de grandes dimensões.

Ignora-se se terá sido após a construção do novo templo que a Igreja passou a ser Priorado. Há noticia de um Prior, falecido antes de 1434, de nome António de Vasconcelos e que foi sepultado no Convento velho de S. Domingos de Coimbra. Assim, a Igreja teve Reitor até 1288, depois Vigário até 1420 e a seguir Prior. Confiscados aos bens a D. Pedro, passou o padroado da Igreja para os Reis e, depois, por carta de troca, efectuada a 28 de Julho de 1476, para D. Álvaro, filho do Duque de Bragança. A um filho deste, Rodrigo de Mello, concedeu o Papa Paulo III, pela Bula de 2 de Dezembro de 1541, duas terças partes dos rendimentos desta Igreja para com eles instituir benefícios simples. Esta situação manteve-se até à extinção dos Padroados em 1833.

A ela esteve associada a Confraria de Nossa Senhora da Assunção e Mártir S. Sebastião. Foi a segunda confraria mais rica de Tentúgal. O Livro da Confraria apresenta informações importantes sobre a sua fundação e história: foi criada e ordenada pelas principais pessoas de Tentúgal, para que em seu louvor se celebrassem os ofícios solenes e se festejasse o dia "com todas as festas". Juntou-se-lhe a Confraria do Mártir S. Sebastião, uma vez que o prior era seu devoto, para além de existir na Igreja uma relíquia daquele mártir. Os Capítulos da instituição foram aprovados pelo Bispo-Conde D. João Galvão, a 11 de Junho de 1556. A eleição dos confrades que administravam era sempre realizada no domingo seguinte à festa de Nossa Senhora da Assunção, onde se elegia um juiz, um regedor, um escrivão e um capelão.

A instituição da Confraria teve lugar em Tentúgal a 8 de Agosto de 1555, dez anos depois da construção do retábulo do altar-mor, cujo orago é Nossa Senhora da Assunção, datado de 1545. Além do que estava estabelecido nos Estatutos e Compromisso, os administradores decidiram, a 1 de Janeiro de 1559, rezar uma missa todas as segundas-feiras, no altar de S. Sebastião onde estava a relíquia. Este altar estava situado provavelmente no lugar onde está hoje a Capela de Nossa Senhora do Rosário. A imagem do mártir esteve durante séculos num nicho do referido altar e no início do século XX foi vendida pelo Prior, que a substituiu por uma imagem moderna de terracota.

A 26 de Agosto de 1570 foi decidido que se devia rezar missa no dia em que algum deles falecesse. O primeiro acordão foi assinado por Jorge Moniz e o segundo por Jerónimo Moniz, Braz Lobo e Pedro de Carvalho. No livro da Confraria aparece também a lista de confrades em que entraram em 1555, um dado muito importante porque enumera as principais famílias de Tentúgal em meados do século XVI, muito antes dos livros de registos paroquiais (1577). Esta confraria foi anexada à do Santíssimo por Provisão ou Alvará do Príncipe Regente D. João, de 20 de Setembro de 1800 (?).

Intervenções da DGEMN: 1948 - reconstrução de telhados; 1960 - substituição do tecto da capela-mor, pavimentação, arranjo das capelas laterais, reparação da escada exterior de acesso à torre; 1963 - reparação de rebocos interiores, da teia do coro e do vitral da capela-mor; 1995 - obras de recuperação de coberturas; 1996 - reconstrução de rebocos exteriores, drenagens; 1997 - consolidação do coro-alto, reparação e limpeza dos tectos da nave e capela-mor; restauro e conservação de pinturas em tela e tábua; 1998 - obras de beneficiação interior: reparação do tecto da capela-mor e respectiva estrutura de suporte, conservação do zimbório da capela da Epístola, substituição do fuste das colunas de suporte do coro-alto, etc.

Planta longitudinal com uma nave, coro-alto e capela-mor. Frontaria com porta de arco quebrado formado por duas molduras contínuas sem capitéis, encimada por um pequeno óculo. Á esquerda, ligeiramente recuada, torre quadrangular. No interior, na nave, abrem-se através de arcos duas capelas de cada lado. A capela-mor também é ladeada por duas capelas colaterais.

Capela de São João

Capela de São João

Montemor-o-Velho

Localizada na vertente norte do castelo. Existem referências a esta capela e ao prior Soeiro que a tinha com Santa Maria, de 1103. Está ligada a um poema épico do Abade João. A 11 de Março de 1251, Inocêncio IV expediu a Bula "sua nobis", dirigida ao bispo de Viseu, para obrigar os priores de várias igrejas da diocese de Coimbra, entre elas a de S. João de Montemor, a pagar ao bispo as procurações que lhe deviam "ratione visitationis".Está reduzida aos alicerces de plano rectangular. Em 1995, as paredes internas estavam revestidas com pinturas de motivos concheados da 2ª metade do século XVIII. Pertenceu-lhe a imagem de Nossa Senhora com o Menino, da Vitória, que se encontra actualmente na Igreja da Alcáçova.

Capela de Nossa Senhora do Rosário

Capela de Nossa Senhora do Rosário

Ereira

Antiga capela de invocação a Santo António e reformada pelos habitantes locais em 1866 e 1872.

Em 1845, passou a ter como titular Nossa Senhora do Rosário.

Capela de Santa Leocádia

Capela de Santa Leocádia

Marujal, Vila Nova da Barca

Localizada no lugar do Marujal, esta capela foi construída em 1540 para funcionar como local de enterramentos dos moradores do lugar. O primeiro enterramento ocorreu em Julho de 1620 e diz respeito a Manuel Nunes. Encontra-se actualmente em ruínas.

Cruzeiro de Vila Nova da Barca

Cruzeiro de Vila Nova da Barca

Vila Nova da Barca

Localizado à entrada do lugar de Vila Nova da Barca, foi construído em 1617. É composto por coluna cilíndrica canelada e nos degraus da base foram colocadas inscrições comemorativas dos centenários.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição

Igreja de Nossa Senhora da Conceição

Vila Nova da Barca

Esta construção de 1633 veio substituir uma mais antiga, da qual não existem referências. Em 1884, a igreja sofreu uma nova reforma, sendo de destacar a construção da torre sineira. É um edifício de nave única, com altar-mor, dois colaterais e uma capela lateral. O altar-mor, de madeira, é da segunda metade do Século XVIII e contem algumas imagens da antiga igreja. Os altares colaterais e a capela lateral são de pedra, da Renascença. O altar colateral do Evangelho é de invocação à Senhora do Rosário, o da Epístola em honra do Senhor e a capela lateral foi erigida em honra do Divino Espírito Santo.

Quinta do Paço

Quinta do Paço

Formoselha, Santo Varão

Este Paço Episcopal foi construído no início dos século XVII, com função estival para os bispos de Coimbra. No século XVIII, foi vendido a particulares, situação que se manteve até aos dias de hoje. Apresenta planta regular em L e, junatmente com as construções agrícolas, forma um vasto pátio quandrangular. Sendo uma construção do século XVII, diverge dos solares da época pela ausência de capela e pedra de armas.

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